"Pesquisa é o processo de entrar em vielas para ver se elas são becos sem saída." (Marston Bates)

domingo, 21 de julho de 2013

CRIANÇA NEUROLÓGICA EM USO DE DVE e DVP

 MENINGES e o LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO

Estas meninges e o Líquido cefalorraquidiano têm a função de revestir e proteção o SNC, Medula espinhal, Tronco encefálico e o Encéfalo.

1.1- A meninge consiste de três camadas: a Dura-máter, a Aracnoide, e a Pia-máter.

*Dura-máter: Também conhecida como meninge fibrosa, é uma grossa e dura membrana próxima ao crânio.  É a mais espessa e externa das meninges.  A dura-máter é um saco que envolve a aracnóide e serve estrategicamente a diversas funções como atuar no combate aos ataques patológicos infectantes e doenças malignas. A dura-máter envolve e suporta os grandes canais venais (dural sinuses) levando o sangue do cérebro para o coração.

*Aracnoide: O elemento central das menínges é a aracnoide, chamada assim devido à sua aparência similar a de uma teia de aranha. Ela provê um efeito de amortecimento para o SNC. A aracnoide existe como uma fina e transparente membrana. É composta de tecido fibroso e, como a pia-máter, é encoberta por células achatadas, impermeáveis a fluídos. Ela está logo abaixo da dura-máter, atuando, além da defesa, na formação dos espaços intra-meníngicos. 

Nela está contido o líquor (ou líquido cefalorraquidiano) com aproximadamente 150ml.


*Pia-máter: A pia-máter [Grego. Pia: macia + máter: mãe] é uma membrana bem delicada. É a mais delgada das menínges. É o envelope meníngeo que firmemente adere à superfície do cerebroe a medula espinhal (feixes nervosos). Ela segue aos menores contornos do cérebro (Giro e Sulco). A pia-máter é uma bastante fina membrana composta de tecido fibroso coberta em sua superfície externa por uma folha de células achatadas impermeável a fluídos. A pia-máter é atravessada por vasos sanguíneos que vão do cérebro à medula espinal e, seus capilares são responsáveis pela nutrição do cérebro.


1.2- LÍQUORLÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO(LCR) ou FLUIDO CEREBROSPINAL:






É um fluido corporal estéril e de aparência clara que ocupa o espaço subracnóide no cérebro (espaço entre o crânio e o  córtex cerebral—mais especificamente, entre as membranas aracnóide e pia-máter das meninges). É uma solução salina muito pura, pobre em proteínas e células.

É produzido nos ventrículos laterais e banha toda a superfície do encéfalo e da medula.




HIDROCEFALIA


É entidade nosológica definida como aumento da quantidade de líquido cefalorraquidiano ou líquor nas cavidades ventriculares e espaço subaracnóideo, mas podendo ocorrer também no espaço subdural.

Sua principal consequencia clínica imediata é a hipertensão craniana, a qual muitas vezes

  

Clique Aqui e veja o vídeo: HIDROCEFALIA

                                   

O QUE É DVE e DVP?

DVE - Derivação Ventricular Externa:

A Derivação Ventricular Externa é um sistema fechado de drenagem usando em procedimento neurocirúrgico. Comumente é utilizada no tratamento e acompanhamento dos casos de Hipertensão Intracraniana, além do controle da drenagem liquórica em pacientes com complicações ventriculares e/ou tratamentos de hemorragias.

Um dos tratamentos indicados para hidrocefalia.




DVP - Derivação Ventricular Peritoneal: 

A Derivação Ventrículo Periférica são sistemas de drenagem do líquor para outras partes do organismo, que geralmente é direcionados à região peritoneal.

É um sistema utilizado no tratamento de hidrocefalias, ou seja, do aumento do volume de líquido céfalo-raquiano.

É um sistema de drenagem mecânico, baseado em túbulos e um regulador de fluxo.


                                
PODE SER REALIZADA POR:

1. Cateter intraventricular
2. Transdutores Intraparenquimatosos
3. Monitorização Subaracnóide


VANTAGENS:

1. Reproduzir melhor a pressão da caixa craniana;
2. Drenagem terapêutica do LCR;
3. Obtém registros contínuos da PIC;
4. Acesso para administração intraventricular de medicamentos, instilação de ar ou controle da ventriculografia;
5. Drena o sangue do ventrículo.

DESVANTAGENS:


1. Dificuldades na canulização do ventrículo;
2. Risco de infecção é máximo;
3. Hemorragia;
4. Obstrução dos sistemas por sangue ou tecidos cerebrais;
5. Risco de HIC iatrogência, pela conexão inadequada de um equipo de soro no sistema;
6. Risco de mobilidade inavertida do paciente que pode modificar os níveis de drenagem.



 TRATAMENTO

Requer procedimento cirúrgico, que consiste na implantação de um sistema valvular que drena o líquor dos ventrículos cerebrais para um local alternativo do corpo.



O Sistema de Derivação Peritoneal apresenta três partes:

1. Um catéter ventricular
2. Um reservatório e uma válvula para controlar o fluxo do LDR,
3. Um catéter distal que será introduzido por via subcutânea na regial peritoneal.

DVP: PROCEDIMENTO CIRÚRGIO

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POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
 APÓS COLOCAÇÃO DA DVP

1. Extrusão do catéter pela pele;
2. Fístulas liquóricas e Perfuração de vísceras;
3. Subdrenagem
    3.1. Desconexão, rotura ou obstrução do sistema de derivação;
4. Sobre drenagem:
    4.1. Resultante do efeito-sifão, gerado pelas mudanças de posição do paciente, levando ao colapso ventricular e à formação de hematomas IC.
5. Ascite;
6. Peritonite causada por infecção;
7. Migração da ponta do catéter para o escroto causando hidrocele.

"ASSISTÊNCIAS"


ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA NEUROLÓGICA EM USO DE DVE E DVP:

Cuidados de Enfermagem 
no Pré-Operatório
(Prescrição de enfermagem e *resultado esperado)

1.Observar e registrar sinais de irritabilidade, letargia ou atividade convulsiva.              
* Indica Patologia avançada.

2. Palpar as fontanelas e linhas de sutura quanto ao tamanho, sinais de abaulamento, tensão e separação.
* Avaliar a evolução da hidrocefalia.

3. Medir diariamente o perímetro cefálico e pesar a criança. 
Avaliar a evolução da hidrocefalia.

4. Verificar e registrar sinais vitais
* Ver a evolução e estabilidade do quadro.

5. Evitar alimentação antes ou após manipulação da criança.
* Pode precipitar episódios de vômitos.

6. Observar e registrar aceitação da dieta alimentar.
* Evitar desnutrição.

7. Orientar jejum de 6h antes da cirurgia.
* Evitar complicações durante a cirurgia.

8. Apoiar a cabeça da criança ao movimentá-lo.
* Evitar tensão extra sobre o pescoço.

9. Promover mudança de decúbito a cada 2 horas.
* Evitar pneumopatia hipostática e úlcera de decúbito.

10. Observar e registrar entrada e saída de líquidos.
* Avaliar retensão líquida.

11. Observar e registrar características das eliminações intestinais.
* Evitar possível obstipação e/ou distensão abdominal.

12. Instituir medidas de higiene geral e cuidados à pele.
* Prevenir úlceras por pressão.

13. Encorajar a participação dos pais nos cuidados.
* Integração afetiva entre pais e filhos.

14. Oferecer apoio emocional e explicar os procedimentos aos pais. demonstrar vontade e disposição de ouvir  as preocupações dos pais.
* Amenizar a ansiedade.



ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 

    À CRIANÇA   NEUROLÓGICA
         EM USO DE DVE:




1.Manter elevação de 30º;
2. Observar e avaliar o nível de consciência;
3. Posicionar a criança sobre o lado não operado;
4. Zerar o cateter de DVE no conduto auditivo externo, devendo ser zerado na admissão e toda vez que for alterado o nível de cabeceira;
5. Manter a altura do DVE de acordo com a decisão da equipe de neurocirúrgica;
6. Avaliar o funcionamento da válvula;
7. Observar se há extravasamento de líquor, a cada duas horas ou quando instabilidade. Notificar quando alterações no débito;
8. Manipular com cuidado o paciente para evitar o tracionamento do cateter. Se houver obstrução e/ ou tração, nunca desobstruir e/ou reposicionar;
9. Nunca aspirar ou ejetar solução no cateter;  
10. Realizar curativo na região peri-cateter uma vez por dia e, se necessário;
11. Em caso de coleta de líquor, certificar-se do local da coleta (punção lombar ou do cateter)
12. Nunca esquecer de abrir o cateter de DVE depois de realizar qualquer procedimento. Solicitar da equipe clínica, qual o limite de drenagem.
13. Fechar o cateter de DVE durante o transporte ou quando abaixar a cabeceira.
14. Manter controle dos SSVV;
15. Observar e registrar entrada e saída de líquidos;
16. Registrar o tempo de permanência do cateter, comunicar a equipe após 14 dias;
17. Desprezar a bolsa coletora quando atingir 2/3 dew sua capacidade ao manipular a via de saída da bolsa, manter técnica asséptica;
18. Observar e registrar aceitação alimentar, vômitos, responsividade diminuída e atividade convulsiva.



CÁLCULO DE DRENAGEM DA DVE

* POR DIA: 24 horas x  O PESO
* POR HORA: 10 A 15 ml    X  PESO /  horas
* Ex:  10 ml  x  11kg = 4,6 ml/h
             24 horas

 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À             CRIANÇA  NEUROLÓGICA
                EM USO DE DVP:



CUIDADOS DE ENFERMAGEM:

1. Identificar sinais e sintomas da subdrenagem (são os mesmos do aumento da PIC):
 *Náuseas, vômito;
 *Apnéia, bradicardia e irritabilidade;
 *Convulsões;
 *Fontanela tensa e protuberante, ingugitamento das veias do couro cabeludo;
 *Edema no trajeto dos catéters, devido desconexão e extravasamento de LCR do sistema de derivação;
 *Sensibilidade a luz e outros distúrbios visuais
2. Medir e avaliar perímetro encefálico diariamente;
3. Realizar curativo diário no sítio de inserção do catéter;
4. orientar aos pais sobre como lidar com a criança hidrocéfala ou a criança com o catéter implantado funcionante.

ALGUMAS FONTES:
http://www.mmcuidadosintensivos.com.br/enfermagem/pam/pic/pvc/dve/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Meninge
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAX8cAD/pic-dve-dvp

Um comentário:

  1. Boa tarde, eu escrevi um livro sobre um tumor cerebral que meu filho teve e quero te pedir autorização para colocar a imagem da DVP que ficou muito bem clara. Por gentileza me envie autorização no e-mail josefa.uniesp@gmail.com

    Vou publicar a obra pela editora Scortecci em fevereiro, porque já está na fase de revisão textual e configuração/diagramação e por isso mesmo tenho urgencia em saber se posso usar a imagem condicionada a colocação do seu site como fonte, é claro.

    Grata,

    Josefa

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