"Pesquisa é o processo de entrar em vielas para ver se elas são becos sem saída." (Marston Bates)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

DIABETES x INSULINA

PÂNCREAS


      O pâncreas é uma glândula digestiva de secreção interna e externa, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago.
      O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. 
     A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. 
     É um órgão que contém dois tipos básicos de tecido: os ácinos, produtores de enzimas digestivas, e as ilhotas, produtoras de hormônios.
     As enzimas digestivas são liberadas das células dos ácinos e chegam ao ducto pancreático por vários canais.
     As enzimas secretadas pelo pâncreas digerem proteínas, carboidratos e gorduras.
As enzimas proteolíticas, que quebram as proteínas em uma forma que o organismo possa utilizar, são secretadas em uma forma inativa.
      Elas são ativadas somente quando atingem o trato digestivo.
     O pâncreas também secreta grandes quantidades de bicarbonato de sódio, que protege o duodeno neutralizando o ácido oriundo do estômago.

Secreta também hormônios à corrente sanguínea.

Os três hormônios produzidos pelo pâncreas são:
1. A insulina, que reduz o nível de açúcar (glicose) no sangue; 
2. O glucagon, que eleva o nível de açúcar no sangue; 
3. E a somatostatina, que impede a liberação dos dois outros hormônios.


O pâncreas é uma glândula mista: exócrina e endócrina. 
A porção exócrina produz muitas das enzimas digestivas necessárias à função gastrointestinal.
Pâncreas
A porção endócrina compreende ilhas distintas de células, chamadas ilhotas de Langerhans. Estas células, situadas dentro das ilhotas, produzem dois hormônios que regulam a concentração de glicose no sangue. 
A insulina é um hormônio polipeptídeo produzido pelas células beta que reduzem o nível de glicose na circulação.
É o único hormônio que reduz os níveis de glicose da circulação, é segregado como resposta aos níveis altos de glicose e está sujeito a controle por “feedback” negativo. 
A insulina faz com que as células absorvam glicose, estimula o armazenamento de glicose, e inibe a sua produção. As anormalidades na secreção ou na resposta das células à insulina provocam o distúrbio denominado diabetes mellitus.


VAMOS ENTEDER MELHOR O QUE É O DIABETES?




O diabetes mellitus atinge mais de 11 milhões de pessoas no Brasil, e se não for bem controlado, pode levar, ao longo dos anos, ao comprometimento da visão, da função renal, da potência sexual, etc. Estima-se que do total de indivíduos diabéticos no Brasil, metade desconheça o diagnóstico. Em nosso país, a cada 2 min.e 18 seg uma pessoa se torna diabética.

O diabetes é caracterizado pelo aumento da taxa de açúcar no sangue (glicemia), esse aumento é causado pela falta de insulina ou por um defeito no seu mecanismo de ação. A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que promove a passagem do açúcar do sangue para o interior das células e assim a sua utilização como fonte de energia. Quando este processo não ocorre corretamente o açúcar se acumula no sangue e a pessoa fica diabética.


PRINCIPAIS TIPOS DE DIABETES:


- Diabetes tipo 1 ou insulino dependente auto-imune, que geralmente acomete pessoas jovens, onde o início do quadro é rico em sintomas (EMAGRECIMENTO, SEDE, MICÇÃO FREQUENTE, CÃIBRAS, CANSAÇO, BORRAMENTO DA VISÃO, ETC). Obrigatoriamente necessita de insulina ou de análogos insulina para o seu tratamento, representa 5 a 10% do total de diabéticos.


Muitos pacientes com diabetes tipo 2
 podem necessitar de insulina
para atingir as metas de controle da glicemia.
- Diabetes tipo 2 ou não dependente de insulinaé o tipo mais comum nos Estados Unidos e Brasil. Ele afeta quase 90% das pessoas que têm diabetes e normalmente acontece após os 40 anos, e atinge pessoas que estão acima do peso, que não fazem atividade física e que possuem casos de diabetes na família.
 Com o passar do tempo, cerca de 50% pode necessitar de insulina para atingir a meta do tratamento. Pode ocorrer na infância e na adolescência devido ao aumento da incidência da obesidade nessa população.

       Ocorre quando o nível de glicose (açúcar) no sangue fica muito alto.
       A glicose é o combustível que as células do corpo usam para obter energia.
     O diabetes tipo 2 ocorre quando não há produção suficiente de insulina por um órgão chamado pâncreas ou porque o corpo se torna menos sensível à ação da insulina que é produzida - a chamada resistência à insulina.
A insulina ajuda o corpo a levar a glicose para dentro das células.
    O controle de peso, o aumento da atividade física e, em alguns casos, o uso de medicamentos pode melhorar os níveis de glicose no sangue.
O diabetes não pode ser curado, mas pode ser controlado. Controlando os níveis de glicose no sangue, as complicações do diabetes, como doenças do coração, cegueira e complicações renais podem ser prevenidas ou postergadas.


O que é PRÉ DIABETES?


É uma condição em que os níveis de glicose são mais altos que o normal, mas não tão altos para dar o diagnóstico de diabetes tipo 2 (o tipo mais freqüente). Pessoas com pré-diabetes têm maiores riscos para desenvolver diabetes tipo 2, doenças do coração e derrames (acidentes vasculares cerebrais).
Uma vez cientes desta condição, podem iniciar medidas preventivas.




• Após um período de jejum se o valor da glicemia for entre 100 e 126 mg/dL, o indivíduo é considerado como tendo uma curva glicêmica anormal (intolerância à glicose), apresentando portanto uma grande tendência a desenvolver diabetes.

• Se a pessoa estiver em jejum e ingerir glicose oralmente (após almoço, jantar, etc.),    e o valor monitorado estiver entre 140 e 200 mg/dL, também deverá ser considerado como tendo intolerância à glicose.

• Quando a glicemia ultrapassa 180 mg/dL, a glicose torna-se presenta também na urina(glicosúria).

• Quando a glicemia atinge valores excessivamente altos pode provocar perda de consciência e morte.

• A doença resultante da alteração na regulação da glicemia é conhecida por Diabetes Mellitus (DM) ou simplesmente Diabetes.


SINTOMAS:



OBJETIVOS DO TRATAMENTO:

     O objetivo principal do manejo do diabetes é o controle dos níveis de glicose no sangue. Este nível deve ser mantido entre 80-110 mg/dl antes das refeições, segundo a Associação Americana de Diabetes, para adultos.
       Para crianças isso pode variar de acordo com a idade.
      Seu médico irá recomendar o nível desejado para você. Mantendo seu nível de açúcar no sangue o mais próximo possível do seu alvo, você vai conseguir manter-se saudável.
Outros objetivos recomendáveis para pessoas que têm diabetes são a redução dos níveis de pressão arterial e a diminuição dosníveis de colesterol e de triglicérides (gorduras no sangue). Se eles estiverem altos, você corre mais risco de sofrer um problema no coração ou um derrame.
     Para os diabéticos fumantes, a melhor opção é parar de fumar. Este hábito acelera todos os problemas associados ao diabetes, porque diminui o fluxo sangüíneo e a oxigenação das células. Outro cuidado é evitar o uso de medicamentos que podem agredir o pâncreas como cortisona e outros.


Monitoramento do diabetes é importante


QUAIS OS VALORES DE GLICEMIA NECESSÁRIOS 
PARA O DIAGNÓSTICO DE DM:

• O Diabetes Mellitus é diagnosticado quando se encontra:

Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL, em pelo menos 2 medidas em dias diferentes;
 Glicemia casual maior que 200 mg/dL, na presença de sintomas sugestivos de diabetes;
 Glicemia após teste de sobrecarga com glicose 75g maior que 200 mg/dL.

     Nem todo diabético tem paciência ou disciplina para monitorar a glicemia 
(níveis de açúcar no sangue). 
     Porém estudos mostram que esta monitoração contínua é muito importante, 
reduzindo as complicações e os episódios hipoglicêmicos. 
     A hipoglicemia pode manifestar-se com tremores, suor, sensação de fraqueza 
e fome palpitação e tontura. 
     Sua correção rápida é importante pois, principalmente em crianças, pode evoluir para o coma hipoglicêmico, também chamado coma diabético. Este pode ser fatal, pode causar lesões cerebrais ou morte cerebral em poucos minutos. 
Isto porque a glicose é o nutriente do cérebro. 
     Aprender a monitorar a glicemia é, portanto, fundamental. 
Esta é controlada ajustando-se as doses de medicamentos hipoglicemiantes 
e insulina à quantidade de energia e carboidratos necessários durante o dia. 
     Se você é ou tem um filho diabético tipo 1 procure um nutricionista 
e aprenda a fazer estes ajustes.



Alimentos Recomendados:
• Alimentos ricos em fibras (pão, arroz, biscoitos integrais, inhame, aipim e leguminosas);

• Três porções de frutas/ dia: 1 banana ou 1 maçã ou 1 cacho pequeno de uvas ou ½ manga ou ¼ abacate;

• Leite/ iogurte/ coalhada desnatados, queijo minas, ricota e cottage (para não extrapolar a cota de gordura saturada permitida);

• Duas colheres de sopa de farelo de aveia;

• Azeite de oliva extravirgem (fonte de antioxidantes e ácido graxo monoinsaturado), óleo de canola, margarina macia ou líquida com até 40% de lipídeos;
• Alternar peixes gordos: sardinha, atum, salmão, cavala (fonte de ômega-3) com peito de frango e carne bovina magra;
• Até um ovo por dia (cozido, pochê ou mexido no leite desnatado);
• Adoçantes artificiais alternando as marcas permitidas (aspartame, sucralose, steviosídeo e acesulfame K);
• Saladas cruas (folhosos) à vontade.





Alimentos que devem ser evitados:


• Gordura saturada (pele de aves, carnes gordas bovina e suína, leite de coco, creme de leite, bacon, manteiga, toucinho, leite integral, azeite-de-dendê);

• Açúcares (sacarose, mel, melado, rapadura, sorvetes, gelatinas, frutas cristalizadas, geléias, doces de corte);

• Adoçantes à base de frutose, sorbitol e manitol (contribuem para as complicações crônicas do diabetes);

• Cereias refinados (arroz, pão, biscoito, bolo e preparações feitas com farinha de trigo refinada);
• Mistura de arroz + pão + macarrão + batata na mesma refeição;
• Refrigerantes, sucos prontos e artificiais;
• Pão doce, biscoito recheado e chocolate;
• Frituras;
• Bebidas alcoólicas;



RECOMENDAÇÕES: 

1. Associar na mesma refeição alimentos com baixo, médio e alto índice glicêmico. Consumir no máximo três vezes por semana alimentos dietéticos (refrigerantes, doces, bolos, sucos, chocolates, balas = máximo de quatro unidades/dia). 

2. Fracionar a dieta em seis refeições/dia. 

3. Fracionar a dieta em seis refeições/ ou intervalos de 3-3 horas (refeições pouco volumosas e com fonte de proteína antes de dormir para evitar hipoglicemia à noite. Em caso de hipoglicemia: 15g de carboidratos (1/2 xícara de suco de laranja, uva, ou maçã; ou 1 copo de leite; ou 3 cream crackers; ou 1 colher sopa de mel ou açúcar).

LEMBRE-SE: Você é o maior responsável pela sua saúde, portanto, se você é diabético, o tratamento é para o resto da vida.




A INSULINA:

    É a substância mais importante no controle da glicemia.

      A insulina foi descoberta em 1921, na Universidade de Toronto, por Frederick Grant Batin e Charles Herbert Best, usando extrato pancreático no tratamento de cães portadores de diabetes. No ano seguinte usaram esse mesmo extrato em humanos no tratamento do diabetes mellitus, logo após foi realizado o processo de isolamento e purificação da insulina bovina e porcina. 


     Só na década de 80 foi usada a insulina humana e posteriormente a sua produção por engenharia genética, em que parte do gene da insulina é introduzido no genoma de bactéria Escherichia coli ou do fungo Saccharomyces cerevisiae. Atualmente só é disponível para a comercialização de insulina humana e seus análogos.


     Conforme já falamos em matérias anteriores o uso de insulina é necessário para a sobrevivência do portador de diabetes tipo 1, já alguns portadores do tipo 2, para alcançar o controle glicêmico podem associar a insulina ou não ao medicamento.


     Infelizmente muitos DM2 acreditam que iniciar a tomar insulina é um “castigo” do médico. A realidade é muito diferente o uso de insulina é um processo gradativo para os DM2, no qual o médico está buscando evitar que as complicações crônicas da doença apareçam ou progridam quando o descontrole glicêmico é uma rotina. 



Existem 4 tipos de insulina e as misturas:


• Insulinas de Ação Intermediária – NPH

• Insulinas de Ação Rápida – Regular

• Insulinas de Ação Ultra-Rápida – Lispro, Aspart e Glulisina

• Insulinas Longa – Glargina e Detemir



• Misturas de Insulinas – Insulina Rápida com outra de ação mais lenta

     Os tipos de insulina são diferenciados pelo tempo de ação – incluindo assim os picos de ação. 
    O pico de ação é o momento que se tem a maior concentração de insulina na corrente sanguínea, e por isso, dependendo da concentração de glicose, é o momento com maior risco de hipoglicemias.

• INSULINAS DE AÇÃO INTERMEDIÁRIA – NPH (NEUTRAL PROTAMINE HAGEDORN) - Com início de ação entre 1 e 2 horas, pico de 4 a 10 horas e nadir entre 14 e 20 horas, o que faz com que nos esquemas de múltiplas doses diárias, utilizados no controle estrito da glicemia, esse tipo de insulina possa ser usado entre 2 e 4 vezes por dia. Sua aparência é leitosa, necessitando que se misture (lentamente) antes de ser aplicada.


• INSULINAS DE AÇÃO RÁPIDA – REGULAR – Início de ação ao redor de 30 minutos, pico de ação de 2 a 4 horas e tempo de ação variando de 4 a 6 horas. Seu uso geralmente é associado à insulina NPH. Tem aspecto incolor, não necessitando que misture
     É o tipo usado também em situações de emergência, como crises de cetoacidose, coma ou cirurgias.


• INSULINAS DE AÇÃO ULTRA-RÁPIDA – LISPRO, ASPART E GLULISINA - têm aspecto límpido e transparente. Costumam ser combinadas a outras insulinas de ação lenta, ampliando assim seu espectro de ação no controle rotineiro do diabetes. São indicadas para a cobertura das refeições. Seu inicio e picos de ação variam de acordo com a insulina Lispro, Glulisina e Aspart.

     A insulina só pode ser administrada por injeção, porque ela é destruída no estômago se administrada oralmente.

     Porém as tecnologias têm ajudado no tratamento do diabetes. 
   Os aparelhos vão desde os glicosímetros (usados para medir a glicose no sangue) até bombas de infusão de insulina e sensores contínuos de monitorização da glicose.

• Infusão subcutânea – O paciente carrega uma bomba de infusão portátil que contém a
insulina e é programada para liberar doses exatas durante 24h.




Se o diabetes não for tratado de forma adequada, podem surgir complicações, como:


NEFROPATIA
PÉ DIABÉTICO

RETINOPATIA
NEUROPATIA DIABÉTICA
INFARTO DO MIOCÁRDIO




... entre outros. Se o paciente já estiver com diagnóstico de complicação crônica, há tratamentos específicos para ajudar a levar uma vida normal.

     A educação em diabetes é muito importante para o tratamento. Não só o paciente precisa ser educado, mas também seus familiares e as pessoas que convivem com ele. Assim, o paciente pode ter o auxílio e o suporte necessários para um bom tratamento e tomar as decisões mais adequadas com base em conhecimento.
   Muitos casos de diabetes tipo 2 podem ser evitados quando se está dentro do peso normal, com hábitos alimentares saudáveis e com prática regular de atividade física.
Com o uso correto da insulina,
milhares de vidas podem ser salvas
e diversas complicações do diabetes evitadas.
 
  
     Ainda não há cura para o diabetes. Porém, estão sendo realizados estudos que, no futuro, podem levar à cura. Para o diabetes tipo 1, está sendo estudada a terapia com células-tronco em pacientes recém-diagnosticados. Já para o diabetes tipo 2, os estudos com a cirurgia de redução de estômago (gastroplastia) têm mostrado aparentes bons resultados, mesmo em pacientes que não estão acima do peso. Salienta-se que esses métodos ainda são absolutamente experimentais. 



Dia 14 de novembro 

é o Dia Mundial do Diabetes

   Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF)'' em todo o mundo, pelo menos 245 milhões de pessoas têm diabetes e um alto percentual vive em países em desenvolvimento.
   Em 30 anos, este número deve chegar a 380 milhões no mundo. No Brasil cerca de 10 milhões de pessoas são portadoras da doença e aparecem 500 novos casos por dia. (24 de Setembro de 2010)
    A Campanha quer chamar a atenção de quem está envolvido direta ou indiretamente nos cuidados com o Diabetes.
 Para que a prevenção, a educação e o tratamento sejam eficientes, além do comprometimento do paciente, é necessário que a família, a comunidade e os profissionais de saúde se envolvam na causa.
  Participe alertando a população, fazendo contato com seus parceiros na cidade em que você atua, chamando a imprensa falada, televisada e escrita, para divulgar o Dia Mundial do Diabetes.
   Pinte a sua cidade de azul iluminando os prédios de hospitais, de sua instituição, de sua clínica, de sua associação, da secretaria de saúde de sua cidade. Use o material produzido pela SBD e disponível para download no hot site do Dia Mundial do Diabetes da SBD  no endereço: www.diamundialdodiabetes.org.br.








FONTES:

Nenhum comentário:

Postar um comentário