Esse tema da obstinação terapêutica é complicado. Hoje, procura-se confrontar tal obstinação com o conceito de "cuidados paliativos".
Mas, "- Como saber qual é o limite?"
"Na hora de suspender uma terapêutica, depois de consultar a equipe inteira e a família, deparamos com a incógnita: -E se o paciente reagir? (...) A dúvida faz o certo e o errado ficarem muito parecida. E muitas vezes o profissional exagera movido pela pressão da família, que quer tentar o impossível, ou por se sentir desafiado pela ciência."
(Dra. Beatriz Camargo, chefe da Pediatria do Hospital do Câncer, de São Paulo -http://br.monografias.com/trabalhos3/eutanasia/eutanasia2.shtml)
A BIOÉTICA vem tratar dos conflitos existentes entre a Ciência e os direitos dos cidadãos.
Pede ela que ao fim de uma vida, a pessoa seja esclarecida do sobre a doença, as chances de cura, o tipo de terapia adotado e que também deve participar das decisões sobre a suspensão do tratamento.
Mas...
- Como saber qual é o limite?
- O que fazer com aqueles sem possibilidades terapêuticas?
- Continuar o tratamento ou parar, quando e em que bases?
A distanásia torna-se objeto de estudo de médicos e de profissionais de saúde.
"Envolve dilemas morais, problemas de comunicação sobre o prognóstico ao paciente e seus familiares e emoções difíceis por parte do médico, como a sensação pessoal de frustração, fracasso, onipotência e culpa. Por isso, ainda não existe um consenso entre a comunidade médica sobre a condução do tratamento de pacientes em situações limite, em que a terapia não melhora a sobrevida do indivíduo e pode ser, assim, considerada fútil.
A terapêutica fútil, usada como sinônimo para distanásia no jargão dos médicos e enfermeiros das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), torna a morte um processo lento, acompanhado de dor e sofrimento do paciente e seus familiares.
Dr. José Barreto Carvalheira |
O oncologista clínico e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), José Barreto Carvalheira, afirma que o reaparecimento da terapia fútil ocorreu na última década, em decorrência do desenvolvimento de novas drogas para tratar o câncer e da disseminação da informação e propaganda sobre elas.
A melhor tolerância às medicações foi outro fator que contribuiu para esse ressurgimento.
Mas os problemas de comunicação entre médicos e pacientes desempenham, talvez, o papel principal na distanásia. "Freqüentemente, eles não conversam com seus pacientes sobre o prognóstico ou falam de forma abstrata e estes confundem o termo 'resposta ao tratamento' com 'cura', quando não preferem simplesmente negar o estado terminal da doença", diz Carvalheira.
Essa diferença de perspectivas leva a maioria dos doentes a preferir os tratamentos agressivos, com muitos efeitos colaterais e poucos benefícios."
Mas, "- Como saber qual é o limite?"
"Nossa atuação enquanto profissional de saúde classicamente se baseia em dois princípios: a preservação da vida e o alívio do sofrimento. (...) Não se deve desistir de cuidar só porque o curar se tornou impossível. O universo do cuidar é mais abrangente que o do curar. Podemos não curar sempre o paciente, mas sempre poderemos cuidar de um paciente portador de câncer e diminuir seu sofrimento, oferecendo suporte, informação, conforto e dignidade ao paciente e sua família."
Nenhum comentário:
Postar um comentário